domingo, 1 de junho de 2014

Os Dois Lados da Moeda ou da Mordida


Você sabia que a criança inicia a sua aprendizagem pela boca?

                É por esse motivo que tudo o que pega vai direto á boca.
                Não importa quantas vezes você a repreenda, ela continua a experimentar tudo, e isso é natural e, de certo modo saudável, uma vez que a faz adquirir imunidade.
                Assim, a mordida entra na vida da criança. Finalmente, a primeira experiência se dá no seio da mãe, logo após, com os brinquedos. Tudo acontece com o objetivo de sentir e explorar a textura, a forma, o gosto do mundo que a cerca.
                Mas, de repente, o problema surge: o “nhac” em um coleguinha! A mordida é uma situação muito embaraçosa para ambas as famílias: a do que morde fica sem saber como agir e a do mordido, muitas as vezes, age impulsivamente, ensinando a criança a revidar.
O que fazer como agir?
                Primeiramente, precisamos compreender os motivos que levam a criança a morder. Veja algumas causas:
- Nem toda mordida esta relacionada a disputas e brigas; quando a criança gosta muito de alguém e não consegue expressar-se, pode vir a morder também
- Logo após a primeira mordida, a criança percebe que pode comunicar descontentamento com ela ou, simplesmente, pode utilizá-la para chamar atenção dos adultos.
- Outro motivo para as “abocanhadas” pode ser a simples imitação. Muitos adultos brincam com as crianças de dar “mordidinhas”, expressando com elas o quanto gostam da criança. Esta, por sua vez, reproduz o comportamento, porém, sem a noção da força que deve ser utilizada na brincadeira.
                Assim que a criança vai se apropriando da linguagem falada, é esperado que a mordida vá ficando de lado. Porém, existe, algumas medidas que auxiliam a diminuir a incidência dessa situação. Leia-as a seguir:
1 – Ajude a criança a expressar os sentimentos que geraram a mordida. Se ela se negar a falar, incentive-a com perguntas. Mas, não responda por ela.
2 – Valorize e dê importância também aos comportamentos positivos.
3 – Quando presenciar a mordida, não faça escândalo e nem dê sermões demorados; será melhor se abaixar na altura da criança e falar firmemente: “Isso dói!”; “Não pode!”.
4 – Pesquisas apontam que não há relação entre as crianças que mordem e adultos violentos. Precisamos encarar essa como mais uma fase do desenvolvimento infantil.
Você pode estar pensando: Mas, e o meu filho? Ele será sempre o mordido?
Com certeza, as marcas da mordida em seu pequeno dói muito mais em você do que nele mesmo. E preciso calma para resolver a situação! Compreenda que a criança que morde não o faz porque é má é que, na vivência em grupo, é normal que isso aconteça. Logo, logo seu filho irá descobrir como se defender e se impor aos coleguinhas. Não incentive a agressão e o revide. Oriente a criança a expor a insatisfação e a dor que sentiu aos ser mordida.
Você sabia que as mordidas acontecem tão rapidamente e espontaneamente na sala, que o professor muitas vezes, não consegue evitar que elas aconteçam? Isto não significa que o professor está desatento. Toda mordida deve ser analisada no contexto em que aconteceu.
Se ainda restam dúvidas sobre o tema, converse com as professoras, coordenação, direção, ou com os orientadores da Educação Infantil, para pensarmos juntos sobre a melhor solução.




RIZZO, Gilda. Período de adaptação á creche. In: Autor Creche: organização, currículo, montagem e funcionamento. Rio de janeiro: Bertrand Russel, 2000.


Equipe de Orientação Educação Infantil

Prof.Valdemar
Profa Andréia


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