RESUMO
Este
artigo aborda a importância da leitura colaborativa nas aulas do Ensino
Fundamental I nas escolas. Em nossa prática pedagógica, realizando no mínimo
cinco leituras colaborativas por semana pudemos perceber vários fatores
positivos no trabalho com esse tipo de leitura. Hoje mais do que nunca é
preciso ser capaz de ir além de decodificar sons e letras, é preciso entender
os significados e usos das palavras em diferentes contextos.
Palavras
- chaves: leitura colaborativa – alfabetização -letramento.
Para
quem ainda não conhece esse tipo de prática vamos resumir aqui: é um tipo de
leitura em que professor e alunos realizam aos poucos e em conjunto; é como se
fosse um exercício de interpretação de textos, mas realizado oralmente. Todos
com o mesmo texto em mãos, o professor vai lendo e os alunos acompanhando.
Durante a leitura o professor vai fazendo questionamentos e reflexões sobre
assuntos do texto. Nesse tipo de
leitura o professor deve antecipadamente já ter lido e preparado as questões.
Pode até ter em seu texto as perguntas que irá fazer.
É
uma prática fundamental para a especificação das estratégias e procedimentos
que um leitor proficiente utiliza.
Nesse
tipo de atividade percebemos que há várias estratégias leitura. Essas
estratégias estão diretamente ligadas a vários aspectos como:
I- ativação de conhecimento prévio e seleção de
informações;
II- realização de inferências;
III- antecipação de informações;
IV- localização de informações no texto;
V- verificação de inferências e antecipações realizadas;
VI- articulação de índices textuais e contextuais;
VII- redução de informação semântica: construção e generalização de informações;
II- realização de inferências;
III- antecipação de informações;
IV- localização de informações no texto;
V- verificação de inferências e antecipações realizadas;
VI- articulação de índices textuais e contextuais;
VII- redução de informação semântica: construção e generalização de informações;
O
mais interessante é que são aspectos trabalhados de forma prazerosa e que saem
daquela maneira tradicional e apática de cobranças pelo que foi lido,
preenchimento de fichas. É como se fosse um bate-papo entre aluno e professor
na qual o aluno pode se manifestar contra ou a favor, se apropriar de
argumentos, posicionar-se de forma que convença o outro no respeito ao seu
ponto de vista.
Isso é mais um fator da escola
atual, onde o aluno mudou não é mais aquele aluno que fica sentado e calado o
tempo todo. Esse aluno é visto como um ser letrado, envolto de várias
tecnologias diferentes, com contextos sociais, familiares e culturais
diferentes. Ele quer ter voz, quer
ser atuante de alguma forma, quer ser ouvido. E é na escola de hoje que ele vai
ter esse primeiro contato com o mundo, com seus colegas e professores, vai ter
suas opiniões expostas e questionadas e isso o faz refletir sobre os vários
aspectos individuais e sociais que ele tanto precisa e quer saber.
Sendo
assim, além de se preocupar com a aquisição do sistema de escrita, a escola
deve proporcionar atividades que visem ao letramento: redigir um bilhete,
escrever uma carta, responder formulários, ler jornais, revistas e livros,
dentre outras que fazem parte do cotidiano de uma sociedade grafocêntrica, pois
a alfabetização só tem sentido quando desenvolvida no contexto de práticas
sociais de leitura e escrita.
(SOARES, 2004).
A
partir de leituras colaborativas dessas tipologias textuais o aluno vai se
familiarizando com essas variedades e a partir disso criar as suas próprias
produções. O aluno não pode adivinhar a estrutura de um texto, esse texto
precisa ser apresentado a ele, é nesse momento que entra mais uma vez a leitura
colaborativa- e a partir desses modelos propostos e lidos que o aluno criará as
produções dele.
Os
textos de escola deixam de ser utopia, ou seja, textos feitos por pessoas
extremamente qualificadas, especialistas. O aluno se vê efetivamente no
processo. Ele percebe o significado e a importância de sua produção e a valoriza.
Ler
sem escrever é um ato inacabado, pois um não pode existir sem o outro. E é a
escola de hoje que deve proporcionar leituras e escritas significativas,
contextualizadas, incluídas na vida dos alunos.
O
aluno de hoje não valoriza mais só uma decodificação de palavra, ele quer e
precisa usar essa palavra para reclamar sobre um produto que comprou com
defeito, sugerir leituras que se identifica, elogiar pessoas, ações, fazer
protestos, exigir melhorias dos seus governantes.
Ele
quer aprender a utilizar corretamente o 0800, a enviar uma carta de leitor, utilizar
sem ajuda um cartão de banco, ele quer ser o autor da sua historia.
Nas
leituras que trabalhamos percebemos essas angústias, esses questionamentos, as
dúvidas e vamos refletindo juntos sobre os mais diferentes aspectos. É
rico saber que uma prática antiga realizada de maneira diferenciada pode
enriquecer tanto o trabalho pedagógico. De forma que o aluno se veja e se sinta
como parte do processo educativo.
Essa
atividade é considerada como permanente, ou seja, precisa estar constantemente
entre as atividades mais desenvolvidas nas rotinas pedagógicas.
Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe
tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por
isso aprendemos sempre. “Paulo Freire”
É
repertoriando esse grande autor acima citado que vamos ensinando e ao mesmo
tempo aprendendo, essas leituras me ensinam a cada dia sobre coisas, pessoas,
sentimentos, ações antes nunca refletidas e que enriquecem a mim e aos alunos
de forma muito particular.
Referências bibliográficas
FREIRE, Paulo. A importância
do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados,
1989.
SOARES, Magda. Alfabetização e
letramento. São Paulo: Contexto, 2003.
SOARES, M. Letramento: um tema em
três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998b.
Nenhum comentário:
Postar um comentário